sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

É IMPERIOSO LEMBRAR!



O nome do Dr. ALBERTO COSTA é-me familiar há cerca de meio século. A ideia que sempre tive deste médico, que nunca conheci pessoalmente, era de um HOMEM BOM. Isto porque tive um grande amigo, enfermeiro pela Escola Artur Ravara de Lisboa, que me "obrigou" a ler parte desta então gigantesca obra de estudo, quando eu era ainda criança, mas já a trabalhar num hospital, fazendo de tudo um pouco, mas perspectivando vir a ser enfermeiro, logo que a idade o permitisse.
Porque me ficou a ideia de Homem Bom? Porque só um Homem Bom, mesmo sendo médico, se podia dar ao cuidado de escrever uma obra, de fácil compreensão, sem deixar de ser científica, abordando TUDO o que um enfermeiro deveria saber para, responsavelmente, poder cuidar dos doentes. Porque ao longo da sua obra, ele transmite-nos a noção da importância da pessoa doente; porque valoriza o papel do enfermeiro na equipa de saúde.
Referi "cuidar" e não "tratar" propositadamente, porque a obra do Dr. Alberto Costa, embora médico, não impõe o modelo biomédico. Aliás, nota-se bem que ele tem uma inclinação muito parecida com a de Florence Nightingale em termos de teoria ecologista, na parte específica dos cuidados de enfermagem.Com o título de "ENFERMAGEM", faz saír a 1.ª edição em 1940; A segunda edição em 1942; a 3.ª edição em 1944; a 4.ª edição em 1947; a 5.ª edição em 1956 e a 6.ª e última edição (aqui representada) em 1965.
Não deixa de ser curioso que tendo eu entrado na Escola de Enfermagem em Coimbra por altura da publicação da última edição, para frequentar o Curso de Auxiliares de Enfermagem, nunca vi nenhum exemplar, nem na biblioteca, nem nas mãos dos professores, nem dos colegas, nem mesmo dos que frequentavam o Curso Geral.
Será por ter sido editada em Coimbra? Sim, porque esta obra era utilizada, pelo menos no Porto e em Lisboa.
Com a frequência que as edições se repetem, temos que concluir que elas eram vendidas. (Provavelmente se aplica o aforisma de que "santos da porta não fazem milagres".
Esta preciosidade foi por mim comprada na Livraria Moura Marques de Coimbra, após conclusão do Curso e recordo que andei cerca de 5 meses a colocar uns escudos de parte para a poder adquirir. Valeu a pena!

Fica um agradecimento póstumo muito sentido ao Dr. Alberto Costa. Bem haja pelo que fez em prol da Enfermagem. Se tivesse oportunidade, pedir-lhe-ia, como enfermeiro, desculpa pela ingratidão da nossa classe!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O TRABALHO TUDO VENCE, mas...



Em tempo de crise, de falta de trabalho para um considerável número de portugueses (e não só), veio-me à mente o provérbio latino que aprendi na escola (então primária!) e que, por felicidade, encontrei um dia representado num lindíssimo (para mim) painel de azulejos, num lugar onde outrora se trabalhava, próximo da estação dos caminhos de ferro de Santa Comba Dão. Ali voltei munido com máquina fotográfica e aqui está o painel. (para ver ampliado, clique com o botão esquerdo do rato em cima da foto).
Toda a gente conhece o seu significado: "O trabalho tudo vence ou tudo supera".

Penso que o seu significado é válido ainda para os dias de hoje. E é tão verdade que quem não tem trabalho é efectivamente um derrotado. Assim me sentiria. Com saúde, com vontade de trabalhar, de lutar, vencer, acabaria por deixar de ter saúde no seu sentido lato*, de me considerar, embora involuntariamente e injustamente, um inválido, excomungado de direitos que me assistem como pessoa e como cidadão do meu país. Quem sabe se não me sentiria também encorajado (involuntariamente) a entrar no grupo daqueles para os quais tudo vale para sobreviver. E depois? Depois só eu seria julgado e punido. Mas a culpa, a verdadeira culpa não seria só minha.
...............
Uma variante deste provérbio é Labor improbus omnia vincit, ou seja, "o trabalho persistente tudo vence".
Verdade insofismável - penso eu -, mas, infelizmente, nos dias que correm, inúmeras pessoas trabalham persistentemente para conseguirem trabalho!

* Segundo a OMS, Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental, social e cultural, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

BELEZAS DE TONDELA 2


"O sentimento da CARIDADE nem sempre foi uma mentira no nosso país".
Estas palavras foram escritas em 1908 pelo Rev.º Padre Inácio Pires de Melo, presidente da direcção da Sociedade de Beneficência de Tondela, na introdução a uma pequena brochura com a epígrafe de "Hospital do Concelho de Tondela em Construção", de autoria do eminente tondelense Dr. Amadeu Ferraz de Carvalho.
E a BELEZA que apresentamos aqui, tem efectivamente a ver com a CARIDADE e com esse Hospital - o "Hospital Velho"-, hoje Lar e Centro de Dia da Santa Casa da Misericórdia de Tondela.

Passa despercebida a muita gente, mas esta figura eleva-se na fachada principal do edifício do antigo Hospital e já ali estava colocada, pelo menos no ano de 1908.
Não se trata de uma imagem de Santa Maria como muitos pensavam, (já que o Hospital se designava em determinada altura por Hospital de Santa Maria). Segundo o documento acima citado, esta
"figura representativa da CARIDADE foi oferecida pelos Exmos Senhores Almeida Costa & Companhia, proprietários da Fábrica de Cerâmica das Devezas.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

BELEZAS DE TONDELA


A Fonte da Sereia já não é assim. Aliás, não me lembro de ter sido assim o seu cenário: lugar de encontros, de namoricos, ... Lembro-me contudo do "Zé do Progresso", de nome verdadeiro José Martins, boieiro, de bigode grisalho e farfalhudo, com uma voz enrouquecida mas de pessoa valentona, inconfundível, que, dizem, impediu que esta fonte fosse transferida para o Caramulo.
Mas a fonte lá continua e, apesar de já não correr nela água suficiente para matar a sede aos transeuntes, mantém a sua beleza. Afinal, para os bois saciarem a sede, já não é precisa. Aos transeuntes (lembro os que vinham a pé da Lejeosa -e eu fui um deles-), que descalços, chegavam ali, sabia-lhes bem beber um pouco de água fresca, jorrada pela boca da linda sereia. Hoje, já não se anda a pé em grandes distâncias e muito menos descalço. Também não se bebe água das fontes. Mas, se nela continuasse a correr água, a beleza seria outra!

NOTA: Para ver a imagem ampliada, clique sobre ela no botão direito do rato. Esta gravura em painel de azulejos encontra-se numa casa particular do Alto do Pendão em Tondela. Foto de Manuel Úria.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

AINDA BEM QUE HÁ POBRES MAL AGRADECIDOS





( Escrito na Segunda-feira, 14 de Janeiro de 2008 (publicado inicialmente em blogs.sapo.pt/)


Um dia um amigo, bem conhecido na cidade, concelho e até a nível nacional pela sua dedicação filantrópica, particularmente relacionada com crianças e jovens, - o Dr. João Almiro de Melo Menezes e Castro -, então nomeado membro do conselho geral do Hospital, chegou-se à minha beira e do Dr. António Torres e perguntou-nos se estávamos de acordo em que se criasse uma LIGA DE AMIGOS do Hospital, à semelhança - disse -, do que estava a acontecer com outros hospitais do país. A ideia do Dr. João Almiro tinha a ver com o facto do governo de então estar preocupado com as questões de humanização dos hospitais e estava até a ser criada (ou tinha-o sido recentemente) a Comissão Nacional de Humanização dos Serviços de Saúde. Faziam-se em circulares informativas e normativas grandes apelos no sentido de abertura dos hospitais à comunidade, e, uma das formas era, curiosamente, pela criação das Ligas e de por em funcionamento os Conselhos Gerais dos Hospitais.

Lembro que foram criados nessa altura subsídios para apoiar projectos de humanização. Fui autor de alguns, que foram aprovados superiormente e nos permitiram melhorar as condições de humanização, entre eles um sistema de monitorização da qualidade dos serviços hospitalares e foi por mim também concebido e editado o primeiro GUIA DE ACOLHIMENTO DO HOSPITAL, então obrigatoriamente entregue a todos os doentes internados. Foi o Hospital de Tondela também nessa altura pioneiro na informatização não só de várias áreas, mas particularmente dos Serviços de Enfermagem.

Voltando à questão do Dr. João Almiro, obviamente que a nossa resposta à sua sugestão foi afirmativa. Poucos dias depois, o Dr. João Almiro (nomeado Presidente do Conselho Geral) dirigiu-se a Lisboa procurando uma solução para o problema da incineração dos Resíduos Sólidos Hospitalares, junto do Ministério da Saúde. Quando voltou, trazia já uma cópia de uns Estatutos, que reconhecidamente não eram muito ambiciosos mas serviram para o arranque da Liga.

Batendo de "porta em porta" lá conseguimos rapidamente um número de 15 pessoas que demonstraram interesse em que a Liga fosse criada. Rapidamente também o Dr. João Almiro me pediu para convocar uma reunião com todas as pessoas que se haviam mostrado interessadas, a fim de nos debruçarmos sobre os Estatutos que iriam dar personalidade jurídica à Liga dos Amigos.

Embora como já referi, pouco precisos e pouco ambiciosos, lá aprovámos os Estatutos, obviamente que por unanimidade, numa reunião onde estiveram presente 15 pessoas, entre elas o Senhor Reitor da Paróquia de Tondela, o Dr. João Almiro, o Presidente do C.A. Dr. António Torres, o Administrador Delegado, Dr. Martins, eu, como Enfermeiro-Director do C.A., o Senhor Arménio Leite Marques, o Senhor Nelson de Matos Coimbra, o Senhor Manuel Loureiro.

Nesta reunião apresentei uma proposta para o logótipo da Liga, de minha autoria, que foi aprovado por unanimidade. (o que mostramos aqui junto ao título).

Rapidamente se fez escritura notarial, na qual compareceram todos os "Amigos" fundadores da Liga. Passado pouco tempo foi publicado em DR a constituição da Liga e o resumo dos seus Estatutos.

E agora? Que fazer?!!!

Os Estatutos, como já referi eram muito vagos.

Tentou-se colaborar na humanização do Hospital por ocasião de Natal. Todos nós passámos a pagar quotas de forma regular mas... todos nos acabámos por esquecer da existência da Liga dos Amigos, até que...

...Volvidos cerca de 12 anos (!!!), o novo Presidente do Conselho de Administração, recém-nomeado, Dr. ERMIDA (Dr. Carlos Fernando Ermida Rebelo) numa altura em que o fui cumprimentar, me disse as seguintes palavras: "não o conhecia pessoalmente, mas várias pessoas me falaram de si e sobre a sua ligação com o Hospital. Por isso penso que o Senhor, nos podia dar uma grande ajuda na humanização do hospital. Não sei de que forma, mas o senhor saberá certamente como fazer! “

Fiquei surpreendido porque não conhecia o Dr. Ermida, a não ser de nome, embora ele trabalhasse no Hospital vizinho há bastantes anos!

Pedi-lhe uns dias para pensar. Rapidamente pensei que a forma de melhor colaborar na humanização do Hospital seria activando a Liga dos Amigos e sob os seus Estatutos criar o Voluntariado Hospitalar.

Comuniquei-lhe a minha sugestão da criação do Voluntariado e sugeri-lhe o nome de duas personalidades disponíveis para colaborar, com algum peso social na área de influência do Hospital: Dr. Felisberto Marques e Dr.ª Paula Torres.

Sugestões aceites, comecei a trabalhar num Programa de Formação com 30 horas para os candidatos ao Voluntariado, elaboração de textos de apoio, convites a Formadores, publicidade nos Jornais locais, campanha de angariação de associados, regulamentação interna do Voluntariado, enfim, 3 meses (90 dias) de um trabalho intenso com a colaboração dos outros dois elementos, e fiz ainda algumas visitas pessoais ao Voluntariado de outras instituições hospitalares.

Tudo correu pelo melhor. Desde as entrevistas iniciais com os candidatos ao Voluntariado, as actividades formativas, apoiadas em textos e projecções em Power-Point, integração dos voluntários nos serviços, reuniões periódicas de reciclagem de conhecimentos, etc..

Rapidamente se fizeram 3 Cursos, dos quais resultaram em mais de 40 Voluntários! Entretanto, em conjunto com os restantes membros, organizámos os Corpos Sociais (Assembleia Geral, Conselho Fiscal e Direcção), porque durante os primeiros meses funcionámos como Comissão Instaladora.

O Voluntariado passou a exercer uma activiadade extremamente positiva na humanização do Hospital, particularmente nos Serviços de Internamento. Os doentes e seus familiares foram as mais credíveis testemunhas de uma viragem importante na humanização do Hospital.

Bom!..

Depois disto tudo, vêm então os pobres mal agradecidos!

Mudou a política e mudou a administração do Hospital nos cargos de Presidente do CA e Vogal Executivo! Tudo mudou na nossa relação! O novo Presidente do C.A., Dr.ª Ana Abrantes e o seu colaborador Nuno Martinho (administrador hospitalar?!!! - que não sei onde fez tal formação!) cedo me deram a perceber que viam a Liga como algo estranho à organização fechada, rigorosamente ao contrário da Administração cessante.

Até que ponto? Vou explicar:

Não obstante ter feito esse diagnóstico pouco tempo depois da entrada destes novos gestores, tentei sempre convencer-me que era minha impressão, e que valia a pena esforçar-me para pensar de modo diferente, porque o que estava em jogo (leia-se a humanização e o trabalho de voluntariado) era mais importante que um mero reconhecimento de desagrado. E a minha atitude, foi sempre de grande deferência para com o CA: sempre transmiti em primeira mão as intenções e iniciativas da Liga e Voluntariado, desde a regulamentação, a programação de cursos, a distribuição de lembranças aos doentes e ao pessoal, por ocasião de Natal e outras. Mesmo no encerramento de cursos de formação, o CA era convidado para uma pequena cerimónia de entrega de certificados aos formandos e formadores e, inclusivamente, também e só por atenção respeitosa, se davam os certificados à Presidente do C.A. para os assinar em nome do Hospital.

Não obstante isto...

... o CA teve o descaramento de manter na gaveta, DURANTE CERCA DE 2 ANOS, o Despacho do Senhor Ministro da Saúde, nomeando-me como PRESIDENTE DO CONSELHO CONSULTIVO DO HOSPITAL!!!

Referi acima o papel importante que teve o Dr. João Almiro enquanto (apenas) nomeado Presidente do Conselho Geral do Hospital, muito antes portanto de se constituir este Conselho

Pois o autor destas linhas teve a honra de ser nomeado também Presidente do Conselho Consultivo do Hospital (nova designação dada ao Conselho Geral). A publicação do Despacho Ministerial da sua nomeação foi publicada em Diário da República. Mas, mesmo antes da publicação em D.R., o então Conselho de Administração - tive disso conhecimento mais tarde -, foi informado directamente pelo Coordenador Regional de Saúde que o Enfermeiro Manuel Úria tinha sido nomeado para o cargo de Presidente do Conselho Consultivo, obviamente para que lhe fosse disso dado conhecimento.

Quer acreditem quer não, a verdade é que esta informação foi escondida nas gavetas do Conselho de Administração e só decorridos cerca de 2 (dois) anos, numa situação de alguma convulsão da vida hospitalar, tiveram a coragem de me convocar para uma reunião, referindo nessa altura o facto de eu estar nomeado para o Conselho Consultivo.

Ridículo! E por ser ridículo respondi ao C.A. como devia. Ridículo porque durante muito tempo passei por eles (C.A.) nos corredores, em reuniões, em cerimónias, em (...) e corajosamente cumpriram o seu voto de sigilo, não fosse o nomeado Presidente do Conselho Consultivo dificultar-lhes a vida (?!).

Nesta procedimento se revela a grande ignorância do então C.A.: 1. o Conselho Consultivo é efectivamente consultivo. O seu papel é ajudar, não fiscalizar; 2. o presidente nomeado, deve desde a data da sua nomeação, colaborar no sentido de agilizar a nomeação dos outros representantes.

Boa estratégia usou o C.A. e não é difícil saber porquê, como já tentei fazer perceber.

Como Presidente da Direcção da Liga, procurei, logo que pude, passar o cargo para outrem, porque me custava a suportar a atitude exibicionista e a indiferença dos novos líderes . Assim, acabei por deixar de ter, gradualmente, qualquer intervenção na Liga e Voluntariado, não sem antes coordenar o 4.º Curso de Formação de Voluntários.

Agora reparem na expressão de desprezo pelo verdadeiros fundadores da Liga; no site do hospital, pode ler-se àcerca da LIGA: (http://www.hdtondela.min-saude.pt/index2.php?p=ligamg)

"- LIGA DOS AMIGOS DO HOSPITAL DISTRITAL DE TONDELA

Embora constituída em 1992, só em 2004, por conjugação de esforços de sócios fundadores
e do Rotary Club de Tondela, com o apoio do Conselho de Administração do Hospital, presidido na altura pelo Dr. Ermida Rebelo, veio a ser reactivada, tratando de ganhar estatuto existencial e deitar mãos à prestação do serviço que esteve na intenção dos seus fundadores. Busca ainda o estatuto de Instituição Particular de Solidariedade Social, para melhor poder responder à sua missão de servir. Considera que a forma mais adequada de servir é através do Voluntariado Hospitalar, verdadeiro “rosto mais visível” da Liga dos Amigos. Por isso, o maior esforço da Direcção se concentra no aumento do número de sócios da Liga e na atracção e formação de Voluntários."

A Liga e o Voluntariado ficam a dever-se aos fundadores (obviamente anónimos) e particularmente a uma associação (com nome) que deu efectivamente, através de um seu dirigente, alguma contr

ibuição, mas, por favor: O seu ao seu dono! Poderia dizer que foi a ACERT porque a Dr.ª Paula era membro da ACERT; poderia dizer que foi a Misericórdia, a Ordem dos Enfermeiros, os Bombeiros, a Casa do Povo, porque outros eram também associados dessas instituições.

Nada tenho contra a Associação indicada, bem pelo contrário, até porque tive a honra de ser homenageado pelos seus dirigentes. Mas, tal facto, não me permite que esse nome seja destacado em desfavor dos verdadeiros promotores da Liga e do Voluntariado.

Apesar do meu empenho na organização da Liga, de ter assumido a liderança enquanto funcionou como Comissão Instaladora, de ter sido o primeiro Presidente da sua Direcção, de ter cola

borado de várias formas na divulgação da Liga, na construção do modelo formativo dos voluntários, no concepção e elaboração intelectual das actividades formativas, na Regulamentação Interna do Voluntariado, etc., etc., não me custa rigorosamente nada, ver omisso o meu nome no referido texto do site do Hospital. Mas, ao menos respeitam o autor da ideia, Dr. João Almiro, o responsável pela sua viabilização Dr. António Torres, então Presidente do CA.

Apesar de tudo isto, não estou arrependido, de me ter envolvido nesta instituição, bem pelo contrário! Cumpri um dever de cidadania. Tive feedbacks que compensaram, grandemente, os esforços empreendidos e as contrariedades sofridas.

Agora, asseguro-vos que jamais me verão envolvido em qualquer actividade que diga respeito à Instituição, não vá novamente sofrer às mãos de outros, o desprezo e a indifere

nça que em cerca de quase meio século de trabalho ou de colaboração, nunca senti, com a excepção dos membros do C.A., que já mencionei.

Por esta afirmação peço desculpa particularmente aos funcionários de todas as carreiras profissionais do Hospital, meus contemporâneos, dos quais tenho, da grande maioria, gratas recordações. Como certamente compreenderão, depois de tudo o que vos é dado a conhecer, jamais sentirei o carinho que até à ocorrência destes factos eu sentia pela instituição.

Se hoje digo "ainda bem que há pobres mal agradecidos", obviamente que me n

ão refiro aos utentes do Hospital, porque há muito aprendi com o Prof. Dr. Daniel Serrão um princípio que sempre procurei respeitar e divulgar: "Toda a gente é pessoa, mas o doente é mais pessoa que toda a gente!"

Os "pobres mal agradecidos", são efectivamente esses políticos (eram mesmo políticos?!) e é pena que eles nunca se tenham colocado no lugar dos doentes. De acordo com o pensamento citado eles não foram, nem nunca serão mais do que aquilo que são! … a menos que venham experimentar a necessidade de humanização na cama de um hospital.

Vemos ao lado cópia do ofício do Senhor Presidente do CA da Adm

inistração Regional da Saúde do Centro, a qual tinha como anexo o Despacho de nomeação do Presidente e Vogais do

Conselho Consultivo do Hospital, datado de 7 de Maio de 2004. (para ler o conteudo, clique sobre o documento no lado direito do rato).

Do lado direito vemos o recorte do Diário da República com o despacho de nomeação. Do lado esquerdo o ofício que me foi enviado pelo CA em 23 de Março de 2006, cerca de dois anos depois do conhecimento da nomeação.