Em Maio de 1952 já as obras de adaptação do novo Sanatório – ou Enfermaria Abrigo do Hospital, como passou a designar-se –, estavam concluídas. Era necessário somente dotar este Sanatório com 10 quartos para doentes e excelentes áreas de apoio, com o equipamento fundamental ao seu funcionamento. Não foi difícil e o Hospital apenas teve que investir a módica importância de cerca de 6 mil escudos, porque um grupo de beneméritos se encarregou de mobilar condignamente aquela nóvel extensão de saúde do Hospital de Santa Maria.
quarta-feira, 29 de junho de 2011
RESUMO HISTÓRICO DA ASSISTÊNCIA HOSPITALAR NO CONCELHO DE TONDELA - 4
terça-feira, 21 de junho de 2011
RESUMO HISTÓRICO DA ASSISTÊNCIA HOSPITALAR NO CONCELHO DE TONDELA - 3
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Passam a trabalhar neste Hospital alguns Médicos residentes em Tondela, sob a liderança do Doutor Jerónimo Lacerda, médico que até à hora da sua morte sempre esteve ligado a esta obra, e que viria a ser o impulsionador da criação da Santa Casa da Misericórdia.
Em 1916 é tomada a decisão de abertura do Hospital a todos os médicos municipais, podendo estes, querendo, tratar ali os seus doentes. Os doentes pensionistas seriam tratados pelo médico de sua escolha, e os pobres que fossem internados sem médico assistente seriam tratados pelo Doutor Jerónimo Lacerda, que em conjunto com o Dr. Abel Maria de Lacerda assumiam a Direcção Clínica do Hospital.
Foram também Directores Clínicos do Hospital de Santa Maria, o Dr. António Marques da Costa, o Dr. Júlio Augusto de Melo Cabral e o Dr. Manuel Martins de Queiroz.
No ano de 1949 e face ao elevado movimento assistencial do Hospital de Santa Maria, foi verificada a necessidade da sua remodelação e ampliação.
O Senhor Ministro do Interior visita o Hospital no mês de Agosto de 1949, inteirando-se da precaridade do funcionamento dos Serviços. Foi opinião deste membro do Governo e dos serviços técnicos, que deveria pensar-se na construção de um edifício novo “com todos os modernos e necessários requisitos”, nos terrenos anexos ao Hospital actual, com a frontaria voltada para a Avenida Marechal Carmona (hoje Avenida General Humberto Delgado), destinando-se o antigo, depois de devidamente adaptado, a um asilo.
Após a elaboração e aprovação do projecto, em 10 de Março de 1951, a Mesa Administrativa presidida pelo Senhor António Rosa Fernandes Pinto, delibera iniciar uma campanha para um Cortejo de Oferendas e organiza a Comissão Executiva deste. O Cortejo foi realizado em 19 de Outubro de 1952, mas já o novo Hospital se encontrava em construção desde Junho desse ano.
Foram publicados anúncios para para o concurso de construção, cuja arrematação teve lugar em 15 de Março. Nesta arrematação apareceram cinco concorrentes e foi ao arrematante Sociedade Técnicas de Empreitadas, com sede em Viseu, que a obra foi entregue. A proposta desta empresa é de 2.029.950$00.
A inauguração da nova unidade hospitalar – o Hospital da Misericórdia de Tondela -, teve lugar no dia 4 de Setembro de 1955, com a presença do Ministro do Interior, Sub-Secretário de Estado das Obras Públicas e do Prelado da Diocese de Viseu.
Em 19 de Outubro, coincidindo com a data em que 3 anos antes se realizou o Cortejo de Oferendas, procedeu-se à transferência dos doentes do velho Hospital e ao lançamento simbólico da primeira pedra destinada à construção das 3 primeiras casas de renda económica oferecidas pelo Senhor Comendador Alberto Cardoso de Matos, nesta altura Presidente da Assembleia Geral da Misericórdia.
RESUMO HISTÓRICO DA ASSISTÊNCIA HOSPITALAR NO CONCELHO DE TONDELA - 2
Não se pode afirmar que a Santa Casa da Misericórdia de Tondela tenha nascido e crescido com a tranquilidade com que nasceu a primeira Misericórdia e tantas outras que se lhe seguiram.
Para percebermos melhor, teríamos que fazer um longo historial sobre os factos que levaram ao encerramento do Patronato, dos conflitos com a Enfermagem Religiosa, e outros que levaram à instauração de um inquérito, em 1947, à Comissão Administrativa da Sociedade de Beneficência de Tondela, a qual era acusada de revelar um grande desinteresse pela gestão do Hospital.
Com a conclusão do inquérito é nomeada superiormente, em 27 de Julho de 1948, uma nova Comissão Administrativa, constituída pelos Senhores António Rosa Fernandes Pinto, Eng.º Sérgio Pereira da Silva, Caetano de Matos Rodrigues Tapada, Fernando Teixeira e José de Matos Laranjeira.
Aprovado o Compromisso da Santa Casa da Misericórdia de Tondela por despacho do Senhor Subsecretário de Estado da Assistência Social, de 25 de Maio de 1952, é extinta a Sociedade de Beneficência de Tondela, passando todo o seu património para a posse da nova Misericórdia, a qual só em 12 de Dezembro de 1954 elege os primeiros Corpos Gerentes, sendo governada até então por uma Comissão Administrativa que toma posse perante o Governador Civil do Distrito em 23 de Agosto, constituída pelo Provedor, António Rosa Pinto, Secretário Fernando Teixeira e Tesoureiro José de Matos Laranjeira.
O primeiro Compromisso –ou Estatutos- da Santa Casa da Misericórdia de Tondela, publicado no Diário do Governo n.º 130, 3.ª série, de 31 de Maio de 1952, tem muito a ver com a sua herança da Sociedade de Beneficência, ou seja, é o garante da continuidade da obra caritativa e assistencial daquela Sociedade, pois o Compromisso refere que “a Santa Casa da Misericórdia de Tondela é uma associação que se propõe prestar assistência aos pobres e indigentes do concelho de Tondela, de harmonia com o espírito tradicional da instituição para a prática da caridade cristã”.
RESUMO HISTÓRICO DA ASSISTÊNCIA HOSPITALAR NO CONCELHO DE TONDELA
Não há certezas absolutas de quem partiu a ideia da
criação da primeira Misericórdia em Portugal, nem isso é relevante. Certo é que, no dia 15 de Agosto do ano de 1498, em Lisboa, nos claustros da Sé, na Capela da Nossa Senhora da Piedade,
designada também por Nossa Senhora da Terra Solta, foi fundada a Irmandade da Misericórdia de Lisboa, a qual serviu de modelo e inspiração à criação de instituições congéneres em várias cidades e vilas de Portugal, do Brasil e em outras partes do mundo aonde os portugueses iam chegando.
Como referiu o Conde de Sabugosa, não é muito importante saber-se se a criação se deve ao monge ou à Rainha, «porque os dois corações generosos e caritativos não disputaram primazias, entrando cada um para a empresa com os elementos de que dispunha. Ele com a sua inteligência organizadora, actividade incansável e paixão ardente. Ela com a sua muita piedade e influência e aquela generosidade que a levava a aplicar às instituições que protegia, as rendas próprias e os bens que obteve de mercê real».
1.1 - A Pré-Misericórdia de Tondela
Foi precursora da Santa Casa da Misericórdia de Tondela, uma Associação Filantrópica designada por Sociedade de Beneficência de Tondela, fundada em 24 de Abril de1897, por iniciativa de Inácio Pereira do Vale, com o objectivo de construir um Hospital para os doentes pobres do concelho.Para que conheçamos melhor aquilo a que poderemos designar por génese da Misericórdia de Tondela, não resistimos em transcrever aqui o que o ilustre tondelense, Dr. Amadeu Ferraz de Carvalho escreveu em 1908 numa brochura intitulada "Hospital do Concelho de Tondela em Construção":
«Partiu a iniciativa do saudoso tondelense, Ignácio Pereira do Valle, homem duma bondade imperiosa e comunicativa, a quem a prática espontânea, constante, sem desfalecimentos de acções generosas, sempre norteada por um são critério moral, era imposta como que por uma necessidade constitucional da própria natureza. Amando como ninguém a sua terra, tendo uma perfeita intuição das suas necessidades e vivamente condoído pelos horrores com que a doença agrava a triste condição das classes mais desfavorecidas, soube congregar em volta de si um grupo de conterrâneos e de pessoas de família que desde logo compreenderam o alcance e viabilidade do seu plano e viram que a sua execução, uma vez posta em começo, certamente seria ajudada por boas vontades dispersas e caridosas intenções
entorpecidas que o exemplo do seu esforço e tenacidade não deixaria de estimular e atrair a uma acção comum.
A primeira reunião da Assembleia Geral da Sociedade de Beneficência de Tondela teve lugar do dia 30 de Maio de 1898 e, em 16 de Julho do mesmo ano, reune, pela primeira vez também a Direcção, para a distribuição dos cargos, tendo sido eleito presidente o Padre Ignácio Pires de Mello.
De referir que esta grande benemérita, falecida em 1903, lega ainda em testamento, a avultada soma de dois contos de réis para a Sociedade.
Em 1915, no dia 18 de Julho, é inaugurado o belíssimo (ainda hoje) e moderno (então) Hospital do Concelho de Tondela, o Hospital de Santa Maria, que se manteve em funcionamento até à inauguração do novo Hospital, em 4 de Setembro de 1955.
Este é um belo exemplo de como a solidariedade humana e a preocupação com os mais desprotegidos, pode vencer os maiores obstáculos!
Porém, sabe-se que se não é fácil construir um estabelecimento deste género, mais difícil é ainda assegurar o seu funcionamento, sobretudo quando os seus serviços são dirigidos àqueles que pouco ou nada podem pagar, e não recebe qualquer contrapartida do Estado. Foi assim a necessidade de sobrevivência do Hospital com ajudas estatais que levou o presidente da Comissão Administrativa da Sociedade de Beneficência de Tondela, Dr. Jerónimo Lacerda, a propor a transformação da Sociedade numa Misericórdia, atentos às grandes vantagens que a estas Corporações são hoje concedidas pelo Governo, em harmonia com o disposto no Decreto número 15809, publicado no Diário do Governo de 2 de Agosto de 1928.
A Assembleia Geral de 28 de Setembro de 1929, presidida pelo Dr. Eurico José de Gouveia, foi apreciada a proposta de transformação apresentada pelo Doutor Jerónimo Lacerda, com a qual a Assembleia Geral concordou e encarregou a Comissão Administrativa de elaborar os Estatutos da Misericórdia.
Apesar desta deliberação, só em 2 de Maio de 1952, 23 anos mais tarde foi apresentado e aprovado o Compromisso da Santa Casa da Misericórdia de Tondela, pela Comissão Administrativa do Hospital de Santa Maria.
Foi ainda em vida da Sociedade de Beneficência de Tondela, que a Comissão do Hospital de Santa Maria, presidida já por António Rosa Fernandes Pinto, adquiriu um edifício no Caramulo para transformar em Sanatório, destinado ao tratamento dos tuberculosos pobres do concelho, pela quantia de 230 contos. Para o efeito foi concedido em 1951, um subsídio do Ministério do Interior na importância de 130 contos. Este estabelecimento passou a designar-se por Casa de Saúde Fonte dos Castanheiros, situado em Paredes do Guardão, (ou Enfermaria-Abrigo do Hospital de Tondela) num lugar ainda hoje paradisíaco. Grande parte do mobiliário para este Sanatório foi oferecido por vários Beneméritos. Foi inaugurado em 20 de Abril de 1952, pouco tempo antes da criação da Misericórdia.
terça-feira, 7 de junho de 2011
A POLÉMICA - Apontamentos 3
Aos responsáveis pela Ordem dos Enfermeiros:
É bom que não se procure o desprestígio da classe, como aconteceu outrora –por outras razões, como é evidente. Mas veja-se o recente caso do Brasil, que relembro abaixo.
“Enfermeiros estão proibidos de prescrever medicamentos
O Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª região, em Brasília, tornou sem efeito a Resolução 272/2002 implantada pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) que permitia que enfermeiros fizessem exames médicos, prescrição de medicamentos e diagnóstico de doenças.
A decisão, válida em todo o território nacional, foi tomada pelo tribunal depois de um mandato de segurança impetrado pelo Sindicato Médico do Rio Grande de Sul (Simers). Os profissionais de enfermagem devem ser orientados pelo Cofen para que não pratiquem atos reservados aos profissionais médicos.
A população deve informar os Conselhos de Medicina, Ministério Público ou órgãos de saúde, caso tenham diagnósticos ou medicamentos prescritos por enfermeiros.”
A POLÉMICA - Apontamentos 2
O objectivo não é substituir um médico por um enfermeiro, mas sim que os enfermeiros possam receitar medicamentos e exames médicos com base em protocolos e regras bem definidas para situações especificas.
A prática já é uma realidade em vários países como Espanha, EUA e Inglaterra, onde a prescrição vai do totalmente livre à prescrição por protocolos.
A noticia é avançada esta quarta-feira pelos jornais Publico e Diário Económico que citam a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Maria Augusta Sousa, que dá o exemplo de um doente crónico que está a ser acompanhado por um enfermeiro e que para prosseguir o tratamento tem de ir a uma consulta para o médico passar uma nova receita médica.
A bastonária pretende desta forma rentabilizar ao máximo as competências de cada profissional de saúde e por isso mostra-se disponível para abordar o assunto com a Ordem dos Médicos.
O tema vai ser debatido esta tarde no 3º congresso da Ordem dos Enfermeiros mas já foi discutido com os partidos, à excepção do Bloco de Esquerda.
A POLÉMICA - Apontamentos
NC
Fonte:
(http://tvnet.sapo.pt/noticias/detalhes.php?id=67421)
segunda-feira, 6 de junho de 2011
ENFERMEIROS DOUTORES?!...
- fazer diagnósticos de enfermagem (identificando as fontes de dificuldade e as manifestações de dependência do doente);
- prescrever cuidados de enfermagem, técnicos e relacionais para fazer face aos diagnósticos de enfermagem;
- executar esses cuidados;
- fazer a avaliação contínua dos cuidados.